quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Arquidiocese do Rio promove evento de reflexões sobre o Ano da Fé e a JMJ Rio2013

Membros do Comitê Local da JMJ Rio 2013 se encontram em Roma para reuniões com autoridades do Vaticano

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Tem início o Curso de Atualização em Liturgia


Curso_em_Atualizacao_em_Liturgia_JAN2013Teve início em São Paulo (SP), do dia 3 a 25 de janeiro, o Curso de Atualização em Liturgia, promovido pelo Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard, com o apoio da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento conta com a participação de agentes de Pastoral Litúrgica do Amazonas, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Paraná.
A finalidade do curso é construir um saber teológico-litúrgico focado na partilha e na busca de caminhos para a liturgia no Brasil, à luz da renovação proposta pelo Concílio Vaticano II e outros pronunciamentos do magistério da Igreja, em particular na América Latina.
Segundo irmã Veronice Fernandes, uma das coordenadoras do curso, a inspiração para a realização do curso foram as comemorações do Concílio Vaticano II. “Neste ano da comemoração do jubileu da Sacrosanctum Concilium é um dom poder dedicar tempo para a formação litúrgica, tão desejada pelo Concílio Vaticano II”.
Para Alex Lopes Figueira, da diocese de Cachoeiro de Itapemirim (ES), os participantes vivenciam os ofícios e as experiências oferecidas pelos assessores à luz da Sacrosanctum Concilium e das referências bíblicas, procurando aprofundar o sentido que a liturgia nos oferece nas mais diferentes formas de expressão. “De fato, a formação vem ao encontro a todas as nossas lideranças, trazendo profundas contribuições para o crescimento e o fortalecimento de nossas comunidades”, destacou.
“O curso de Atualização tem sido, até o presente momento, uma grande referência em todos os aspectos e dimensões litúrgicas. Uma baliza para tantas dioceses que buscam uma inteireza litúrgica para suas lideranças na atualidade”, afirmou a participante Marinês Bressan Frandolozo, de Santa Catarina.
Já para o frei Carlos Eduardo Fernandes, a importância de estar num curso como este é perceber o quanto “devemos, sempre, estar em função da verdadeira liturgia da Igreja. Isto deve acontecer para que Cristo apareça sempre e todo fiel se reúna em comunidade para celebrar com Cristo para se cristificar e viver como Ele em sua vida cristã!”, concluiu.

Refugiados e imigrantes: um desafio humanitário. Entrevista especial com Paulo Welter

“O refúgio já é muito antigo e vem acompanhado com sentimento de dor. Pois, quando uma pessoa é forçada a deixar a sua pátria ela carrega consigo o sentimento de dor e o desejo de regressar”, aponta o irmão jesuíta.

Confira a entrevista.


“No mundo globalizado jamais será possível entender a existência de pessoas refugiadas. Falta globalizar o ser humano. Mas isso será muito difícil, uma vez que, nesse processo de globalização, faltam valores éticos necessários no relacionamento de respeito entre as pessoas”. A declaração é do missionário e irmão jesuíta, Paulo Welter, que durante seis anos atuou no Serviço Jesuíta aos Refugiados, em Angola.

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail à IHU On-Line, Welter relata sua experiência juntos dos refugiados africanos e dos imigrantes haitianos, no Brasil. Após retornar de Angola, o irmão jesuíta participou do projeto Pró-Haiti, uma iniciativa dos jesuítas brasileiros para dar apoio aos haitianos que chegam ao país. Ao avaliar essas iniciativas, ele é enfático: “A vida é feita de desafios e buscas de melhores condições para se viver. Para os imigrantes e refugiados, estes desafios sempre são urgentes e quase imediatos, pois a vida está em perigo e precisam encontrar uma solução. As organizações internacionais e nacionais apontam como desafio a possibilidade de proporcionar soluções duradouras e projetos que ofereçam oportunidades aos migrantes e refugiados. Dar comida é algo imediato e, em muitos casos, é disso o que mais necessitam tais pessoas. Mas não se pode dar comida por muito tempo, especialmente quando a demanda é grande. Encontrar atividades e projetos com soluções duradoras é, portanto, o grande desafio”.

Paulo Welter
é graduado em Ciências Jurídicas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, assessor do projeto Pró-Haiti e de 2008 a 2011 foi diretor nacional do Serviço Jesuita aos Refugiados - SJR -, em Angola.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Como define a questão dos refugiados no mundo?

Paulo Welter
– Foi a partir do início do século XX que os refugiados no mundo receberam atenção da comunidade internacional e, por questões humanitárias, o mundo inteiro resolveu prestar assistência e proteção. De acordo com a legislação, os refugiados são classificados segundo a sua origem, nacionalidade e ficaram desprovidos de proteção por parte de seu país.

O mundo está cada vez mais globalizado e as pessoas circulam com mais facilidade de um país para outro, ou seja, as fronteiras quase perderam o seu sentido em relação a uma sociedade globalizada e quando pensamos como seres humanos com os mesmos direitos em todo o mundo. Com certeza os refugiados provocam muitas inquietudes diante da legislação em vigor em certos países que se “protegem” impedindo e ou negando a dignidade de vida ao seu irmão e semelhante. Pois estas pessoas apenas têm uma opção: proteger suas vidas em outro país uma vez que o seu não mais garante a mínima proteção e os direitos básicos de vida. Em outras palavras, o refúgio já é muito antigo e vem acompanhado do sentimento de dor. Isso porque, quando uma pessoa é forçada a deixar a sua pátria, ela carrega consigo o sentimento de dor e o desejo de regressar. Muito bem foi definido por Eurípedes, 431 a.C.: “Não tem maior dor no mundo que a perda da sua terra natal”.

IHU On-Line – Quais são as principais causas que fazem as pessoas abandonarem seus países de origem?

Paulo Welter
– As principais causas são provenientes quando o Estado não dá ou já não consegue mais dar proteção ao seu povo. Geralmente, originados nos países por conflitos internos, tais como guerra, perseguição política, racial, de gênero, fome e por desastre da natureza.

IHU On-Line – Trata-se de um problema político internacional?

Paulo Welter
– Nem sempre podemos dizer se tratar de um problema político internacional, pois os países ricos e influentes no mundo restringem a entrada de refugiados e tratam as pessoas como não globalizadas. Eles apenas têm interesse nos lucros e nos negócios internacionais. Normalmente, os países que “produzem” refugiados são proprietários de riquezas naturais, tendo um governo politicamente sem capacidade de gerir suas riquezas, seu povo, além de serem pouco democráticos. Nesse contexto, os países influentes no mundo conseguem dominar e explorar as riquezas dos países subdesenvolvidos ou mesmo miseráveis. A comunidade internacional, através da ONU e de outras organizações, vem há muitos anos desenvolvendo projetos de ajuda humanitária. Graças a Deus que existem tais organizações.

IHU On-Line – É possível estimar a atual população de refugiados no mundo? Em quais países eles mais se concentram?

Paulo Welter
– Talvez seja necessário fazer uma pesquisa sobre a população atual de refugiados no mundo. África é o continente com mais refugiados e deslocados internos. Depois vem a região da Síria e Ásia.

Normalmente, deslocados internos também são tratados como refugiados, o que eleva este número. No aspecto legal e jurídico, apenas pode ser chamado refugiado aquele que é beneficiário do Estatuto de Refugiado. Isso porque um requerente de asilo é uma pessoa com expectativa de se beneficiar deste documento e, certamente, é o requerente de asilo quem mais sofre. Isso acontece devido ao fato de que ele está chegando a um novo país e lhe falta tudo: alimentação, moradia, dignidade. Necessita se adaptar a uma nova cultura, língua e legislação de outro país, sem acesso à saúde e à educação dos seus filhos. Além do mais, vivendo momentos difíceis de adaptação e muitas vezes sendo vítimas dos abusos e desrespeito da sua dignidade. Em outras palavras, precisa ser um herói para sobreviver.

Uma vez beneficiário do Estatuto de Refugiado, a vida começa a melhorar por serem portadores de documentos, podendo iniciar uma vida nova. Psicologicamente, sentem-se melhores acolhidos e, assim, se integram no país de acolhimento. Contudo, os refugiados historicamente, e ainda hoje, continuam sendo vistos como uma massa sobrante de pessoas em qualquer parte do mundo. É uma verdade e uma realidade que não podemos esconder e sim trabalhar cada vez mais para que todas as classes sociais da sociedade tomem conhecimento, e que um dia um novo horizonte venha a despontar na vida das pessoas refugiadas. Esperamos que um dia tudo isso seja passageiro, mantendo viva sempre a chama do retorno ao seu país, ou então a integração definitiva no país de acolhimento.

IHU On-Line – Como é desenvolvido o Serviço Jesuíta aos Refugiados no mundo?

Paulo Welter
– O Serviço Jesuíta aos Refugiados – (JRS, a sigla em inglês) é desenvolvido através de seu Escritório Internacional com sede em Roma, e mais 10 Escritórios Regionais (África = 5; Ásia = 2; Europa = 1; América = 2) e com Escritórios Nacionais em 50 países.

O JRS foi fundado em novembro de 1980 pelo superior Geral dos Jesuítas, Pe. Pedro Arrupe, como sendo uma organização internacional da Igreja Católica. Tem como missão acompanhar, servir e defender as pessoas deslocadas internamente, em particular os refugiados. Segue os princípios da missão dos jesuítas no mundo de promover a justiça, o diálogo com outras culturas e religiões.

IHU On-Line – Qual o papel das Igrejas para com os refugiados, repatriados e deslocados?

Paulo Welter
– As Igrejas vêm, ao longo de muitos anos, auxiliando no acolhimento dos refugiados e imigrantes, pois uma das maiores dificuldades que estas pessoas enfrentam é o acolhimento, e, logo em seguida, dificuldades de fazer os encaminhamentos junto às autoridades do governo para conseguir seus documentos. Devido ao medo e à insegurança, sem conhecer primeiramente ninguém, são nas Igrejas que tais pesssoas estabelecem o primeiro vínculo de confiança.

Em suas trajetórias de fuga, alguns chegaram ao seu destino e encontram em Deus a força e a segurança para continuar acreditar em dias melhores. Por mais que alguém se diga ateu, na hora do perigo, se lembra de um ser superior chamado Deus. Também as Igrejas dão muita credibilidade, e com mais facilidade é possível promover campanhas de ajuda. As Igrejas têm boas lideranças que se colocam à disposição para ajudar nos serviços de acolhimento. Por parte do governo, esse processo sempre é mais demorado, e são as Igrejas que iniciam e promovem a rede de solidariedade.

IHU On-Line – Como o tema é abordado pela comunidade internacional? Em que países a situação dos refugiados é mais complicada?

Paulo Welter
– A comunidade internacional, através da ONU e especialmente pelo Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados – ACNUR, trata estes temas com muita seriedade, pois afetam a segurança mundial. Ela procura manter o controle sobre as crises humanitárias no mundo.

Os países mais complicados no momento me parecem ser os do Oriente Médio, como a Síria, e na África, o leste da República Democrática do Congo, na região do Kivu Norte.

IHU On-Line – Como podemos perceber o “rótulo” de refugiado em tempos de globalização?

Paulo Welter
– No mundo globalizado jamais será possível entender a existência de pessoas refugiadas. Falta globalizar o ser humano. Mas isso será muito difícil, uma vez que, nesse processo de globalização, faltam valores éticos necessários no relacionamento de respeito entre as pessoas. Parece-me ser muito difícil a globalização sem valores humanos e sem união entre as pessoas. Assim sendo, o “rótulo” continuará nas pessoas refugiadas, muitas vezes vistas e reconhecidas como sem valor, como a massa sobrante da sociedade. Devemos nos preocupar em mudar este tratamento e proporcionar aos refugiados dignidade como pessoas com valores. Certamente eles têm muito para contribuir com seus conhecimentos e cultura no país de acolhida. Tudo isso é um processo que deverá constantemente ser tratado por parte das autoridades, agentes e pessoas que se dedicam à causa dos refugiados no sentido de fazer com que a sociedade mude o seu procedimento ou o comportamento em relação aos refugiados, atribuindo-lhes valores. Se um dia isso acontecer, poderíamos dizer que a humanidade e os povos estão globalizados.

IHU On-Line – Como foi sua experiência no Serviço Jesuíta aos Refugiados em Angola?

Paulo Welter
– O trabalho em Angola e com o JRS foi muito marcante na minha vida; com ele aprendi a ser mais solidário e a partilhar a vida. Encontrei pessoas boas, próximas e amigas. Sempre fui bem tratado por todos e pelas autoridades do governo de Angola. Em poucas palavras, posso afirmar que foram seis anos especiais em minha. Conheci um pouco do continente africano, sua cultura e seu povo. Guardo com muito carinho todas as pessoas com quem partilhei a vida. Apenas sei que Angola e África marcaram a minha vida e sou grato por esta oportunidade que tive.

IHU On-Line – Qual a atual situação dos refugiados na Angola?

Paulo Welter
– Angola tem uma história muito interessante em relação aos refugiados. Em primeiro lugar, mesmo durante os anos de guerra civil, proporcionou acolhimento e refúgio para inúmeros africanos de outros países, como do Congo, Ruanda, Costa do Marfim, Serra Leoa e outros.

Outro fator positivo é que em Angola os refugiados não foram colocados em campos de refugiados, e sim foram integrados na sociedade angolana. Em alguns casos foram criadas comunidades de refugiados, mas livres e abertas, sem controle, o que ocorre nos campos de refugiados. Isso dá mais dignidade a eles e ajuda na integração no novo país.

Brasil e Angola


Com a vinda da paz definitiva em 2002, Angola está avançado muito na questão de legislação e documentação para os refugiados, buscando integrar os que escolhem seu território como local para refúgio. Ele tem proporcionado acesso à saúde, à escola, à documentação. Dentro das suas possibilidades, oferece vida digna. Em Angola a língua oficial é o português e seu povo pode ser considerado “primo” dos brasileiros. Brasil e Angola mantêm constante troca de experiências sobre como melhorar a legislação e o tratamento dos refugiados. Ele é um exemplo para muitos países africanos referente ao acolhimento e refúgio, e vem se destacando como um país de refência em relaçãos aos refugiados no continente africano.

O Serviço Jesuíta aos Refugiados – JRS continua a sua missão em Angola e oferece diversas atividades de formação, educação, microcrédito, atividades contra a violência, assessoria jurídica etc. Todas elas são desenvolvidas em parceria com o ACNUR, com outras ONGs e com o governo local. O JRS é considerado uma referência muito importante para os requerentes de asilo, refugiados e autoridades.

IHU On-Line – Com seu retorno ao Brasil, como surgiu a ideia de criar o Projeto Pró-Haiti?

Paulo Welter
– A criação do Projeto Pró-Haiti surgiu a partir do grande número de imigrantes haitianos que vinha chegado a cada semana de Tabatinga para Manaus, na Igreja São Geraldo. Esta migração se deu logo após o terremoto em 2010, e a Pastoral do Migrante da Arquidiocese de Manaus, sob a coordenação das irmãs scalabrinianas e dos padres scalabrinianos da Igreja São Geraldo – auxiliados por outras congregações religiosas e o povo amazonense –, prestou os primeiros atendimentos de acolhimento, o que incluía principalmente alimentação e moradia. Quero ressaltar o importante trabalho das autoridades do governo que proporcionaram a documentação, como o CPF e a Carteira de Trabalho. Destacaram-se a Polícia Federal e o Ministério do Trabalho. Logo que os haitianos tinham sua documentação, muitas empresas contrataram de imediato esta mão de obra, principalmente na construção civil na cidade de Manaus. Em seguida despertou o interesse de muitos empregadores de São Paulo e do sul do Brasil, que contrataram trabalhadores haitianos.

Pró-Haiti


Como a demanda era muito grande e a Igreja São Geraldo não conseguia vencer todos os atendimentos, os jesuítas resolveram somar forças e criaram o projeto Pró-Haiti em fevereiro de 2012. Até esta data os jesuítas na região amazônica não tinham quase nenhuma participação concreta. Eu pessoalmente participava das reuniões da Pastoral do Migrante e pouco poderia fazer de concreto por parte dos jesuítas, uma vez que falta definir o que e como integraríamos a “rede de solidariedade em favor dos imigrantes haitianos” na região amazônica e Brasil.

Após uma reunião, ficou estabelecido que o Pró Haiti auxiliaria não no acolhimento, mas sim na área profissional e no encaminhamento da documentação junto às autoridades, oferecendo aulas de português, assessoria jurídica, artesanato, banda de música, tradução de crioulo para português. Este último era particularmente necessário porque poucos haitianos falavam ou entendiam português.

Portanto, foi assim que surgiu o projeto Pró Haiti: para somar forças e prestar um trabalho profissional e específico. A equipe é integrada com pessoas qualificadas em atender às necessidades dos haitianos, e se tornou um espaço de encontro e partilha dos seus sofrimentos e anseios de vencer na vida.

IHU On-Line – Como tem sido a aceitação do projeto por parte da Igreja e que tipo de apoio tem recebido dela?

Paulo Welter
– O projeto Pró-Haiti, por parte da Igreja Católica e outras Igrejas, foi e continua sendo um projeto de respeito por conduzir de forma profissional, ética e transparente as suas atividades e missão. Para isso, é fundamental ter uma equipe com a devida qualificação e que faça o trabalho com amor e compaixão, ou seja, sempre se colocando nos sapatos do haitiano que está longe de sua terra natal e necessita de pessoas que realmente orientem de acordo com a legislação brasileira. A Igreja Católica, através da Caritas, dos scalabrinianos, dos capuchinhos e de outras congregações de freiras, demostrou o melhor carinho por este projeto.

A Igreja de Manaus proporciou apoio financeiro através da Caritas Diocesana e dos jesuítas do sul do Brasil. O superior geral dos Jesuítas, sediado em Roma, também proporcionou ajuda financeira. Igualmente recebemos mais apoio de um doador espontâneo, de São Paulo, e um de um grupo de italianos, que fizeram campanhas de roupas e enviaram alguns valores.

IHU On-Line – Qual o significado desse trabalho para os imigrantes, que muitas vezes chegam aqui no Brasil sem perspectivas e sofrem muita discriminação?

Paulo Welter
– Esta pergunta deveria ser respondida por algum haitiano. Mas sei o que os haitianos partilharam no Escritório do Pró-Haiti. Vinham e agradeciam pela assistência recebida e afirmaram inúmeras vezes que não saberiam como seria a vida deles se não tivessem recebido o apoio jurídico e o auxílio para o encaminhamento de seus documentos. O Pró-Haiti se tornou um segundo lar para eles. Um lugar para partilhar a vida e resolver os problemas de forma profissional nas mais diversas áreas. Encontram sempre no Pró-Haiti um ombro amigo e seguro.

IHU On-Line – Três anos depois do terremoto que atingiu o Haiti, como o senhor vê a postura do Brasil em relação aos imigrantes?

Paulo Welter
– O Brasil, como mais alguns países, tem uma postura positiva e inovadora em relação aos imigrantes haitianos, vítimas do terremoto. O Brasil foi obrigado a atender uma demanda de imigrantes haitianos sem a devida legislação. Os haitianos simplesmente resolveram migrar para Brasil de diversas formas, em busca de melhores condições de vida. Tabantinga e Manaus foram as cidades que mais receberam haitianos no país, seguidas de Brasileia, no Acre.

O Ministério da Justiça, através do Conare, da Polícia Federal e do Ministério do Trabalho e Emprego, encontrou uma solução importante no sentido de proporcionar a documentação necessária para que os haitianos vivessem e trabalhassem legalmente no Brasil; isso se deu mediante o visto humanitário. Está decisão possibilitou a contratação de muitos imigrantes, gerando oportunidade para eles e para as empresas.

IHU On-Line – O senhor trabalhou com os haitianos que chegaram ao país nos últimos dois anos, através do projeto Pró-Haiti. Como ocorreu o ingresso deles no Brasil e o que relatam sobre a atual situação do seu país de origem?

Paulo Welter
– Inicialmente, o ingresso dos imigrantes haitianos no Brasil foi quase todo feito de forma ilegal. Mas eles se apresentaram às autoridades solicitando o refúgio. Num primeiro momento, as autoridades brasileiras não estavam preparadas e tampouco havia uma legislação que orientasse a Polícia Federal como proceder. A grande dúvida era se classificavam os haitianos como refugiados ou imigrantes.

Em janeiro de 2012, o Ministério da Justiça resolveu legalizar todos os haitianos que estavam no Brasil, na intenção de impedir o tráfico de pessoas através de redes organizadas internacionalmente. Mesmo assim, continuaram entrando haitianos em Brasileia, no Acre, e Tabatinga, no Amazonas. O Brasil novamente cedeu, em virtude da ajuda humanitária, e legalizou estes imigrantes haitianos. Os vistos aos haitianos que desejam migrar para o Brasil são concedidos somente pela Embaixada do Brasil no Haiti, com um limite de 100 vistos por mês. No momento, esta regra também já não é mais considerada, e os vistos podem ser superiores a 100 por mês e tais adaptações se fazem necessários na legislação.

IHU On-Line – Muitos haitianos, após chegarem ao Amazonas e Acre, imigraram para outros estados, entre eles o Rio Grande do Sul. Qual a situação deles no estado e em que regiões estão localizados?

Paulo Welter
– Os haitianos, após terem sua documentação para trabalhar, migraram para outras regiões do Brasil. Entre estas se destacam São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

No Rio Grande do Sul, podemos encontrar haitianos quase em todas as cidades, graças à divulgação dos meios de comunicação, que despertaram a sensibilidade e o interesse de empresas do sul. No estado, os haitianos moram em Estrela, Lajeado, Encantado, Marau, Paraí. Há um bom número de imigrantes trabalhando em diversas outras cidades da serra gaúcha, como também em Sarandi, Igrejinha e Gravataí. É importante destacar ainda que o Rio Grande do Sul deu um passo importante através do governo, no sentido de criar o Fórum Permanente no final do ano de 2012, que envolve a sociedade civil e o governo.

IHU On-Line – Quais os desafios para pensar a questão dos imigrantes e dos refugiados nos dias de hoje?

Paulo Welter
– A vida é feita de desafios e buscas de melhores condições para se viver. Para os imigrantes e refugiados estes desafios sempre são urgentes e quase imediatos, pois a vida está em perigo e precisam encontrar uma solução. As organizações internacionais e nacionais apontam como desafio a possibilidade de proporcionar soluções duradouras e projetos que ofereçam oportunidades aos migrantes e refugiados. Dar comida é algo imediato e, em muitos casos, é disso o que mais necessitam tais pessoas. Mas não se pode dar comida por muito tempo, especialmente quando a demanda é grande. Encontrar atividades e projetos com soluções duradoras é, portanto, o grande desafio.

IHU On-Line – Qual a relação entre direitos humanos e refugiados? O que diz a legislação internacional para com as populações de refugiados e repatriados?

Paulo Welter
– Os direitos humanos e refugiados têm uma relação muito próxima, pois a vida de seres humanos, no caso os refugiados, tem seus princípios fundamentais violados ou ameaçados.

A legislação internacional é clara em relação aos refugiados e repatriados. Podemos afirmar que ela foi bem elaborada. Porém, difícil é cumprir esta legislação. Sempre se depende de muitos outros fatores não previstos nela, tais como o afeto à sua família e à pátria, imprevistos e novos conflitos, a questão financeira, o acesso à terra, ao trabalho, à documentação etc. Por isso os envolvidos que trabalham diretamente com uma população refugiada precisam ter qualificação para trabalhar de maneira criativa, atendendo às necessidades dos refugiados e repatriados.

IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?

Paulo Welter
– Com o expressivo número de haitianos no sul do Brasil, e a necessidade constante de renovação de seus passaportes, eles precisam de orientações concretas sobre encaminhamentos de documentos via consulado e ou Embaixada. É preciso defender seus direitos e proporcionar uma vida mais digna e segura.

Na cidade de Feliz foi atropelado um haitiano que morreu na hora ao ser atingido por um motorista brasileiro bêbado. Ele foi enterrado em Feliz, mas quem acompanha seus dois filhos no Haiti e o processo de crime no Brasil? Como fica tudo isso? A maioria dos haitianos homens que está no Brasil deixou sua esposa e filhos no país de origem, e agora desejam fazer a unificação familiar, direito previsto aos haitianos na legislação. Todavia, não há assistência e os encaminhamentos são feitos em São Paulo ou Brasília. Por isso, proponho que, urgentemente, seja instalado no Rio Grande do Sul um subescritório consular do Haiti para atender à demanda dos imigrantes que vivem aqui.

Por último, foi e continua sendo muito bom poder ajudar os imigrantes haitianos no Brasil, e gostaria de agradecer a todas as pessoas e empresas que ajudam, formando assim uma grande rede de solidariedade e proporcionando dignidade ao povo haitiano.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Jovens da JMJ terão assistência médica integral

jmj_rio2013Cerca de 500 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos e acadêmicos de medicina e enfermagem, são esperados para trabalhar como voluntários na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em julho de 2013. Um núcleo de dez pessoas, coordenado pelo médico e voluntário da saúde na JMJ, Pedro Pimenta de Mello Spinetti, já trabalha para garantir o bem estar de todos os participantes no evento.
Com o aumento das temperaturas e o acúmulo de pessoas em um só local, o risco da proliferação de bactérias e vírus é grande. Pedro explica que além da oração é preciso se preocupar com o estado de saúde dos voluntários e milhões de peregrinos que virão para o Rio de Janeiro.
“Algumas ações estão sendo planejadas desde 2011 para capacitar os voluntários, não só da área da saúde, mas de todas, para garantir um evento sem riscos. Pequenas ações como distribuição de água potável em grande quantidade, lavar as mãos antes de distribuir alimentos, coleta e separação do lixo são atitudes fundamentais para reduzirmos o número de eventos adversos à saúde durante a JMJ”, explica o médico.
O número ideal de médicos e enfermeiros para atuar na saúde, segundo Pedro, seria de 600 voluntários, mas os peregrinos não deixarão de ser atendidos em qualquer emergência: “O Brasil é um dos poucos países do mundo com sistema de saúde com atendimento universal e até mesmo os estrangeiros têm direito a assistência nos Hospitais do SUS. Certamente, durante a JMJ, todo o sistema de saúde da cidade estará de prontidão para receber os peregrinos que dele necessitarem”, finaliza.

Campanha da Fraternidade completará 50 anos em 2013


cartaz_CF_2013Este ano, a igreja do Brasil estará mais voltada para as temáticas relativas à juventude. No dia 13 de fevereiro, quarta-feira de Cinzas, será lançada mais uma edição da Campanha da Fraternidade (CF), com o tema “Fraternidade e Juventude” e o lema “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8). Mas além da atenção voltada à juventude, em sua temática, outro motivo de celebração é que a campanha estará completando o seu cinquentenário de fundação.
A Campanha da Fraternidade, coordenada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é realizada anualmente pela Igreja católica, sempre no período da Quaresma. A cada ano é escolhido um tema, que define sob qual perspectiva a solidariedade será despertada, em relação a questões que envolvem toda sociedade brasileira.
O secretário executivo da Campanha da Fraternidade, padre Luiz Carlos Dias, afirma que um dos papéis da CF é ser um “elo” entre a igreja, os fiéis e a sociedade. “A campanha da Fraternidade é a igreja a serviço da sociedade, é uma evangelização que ultrapassa as fronteiras da igreja e, dessa forma, a igreja cumpre, de fato a sua missão, que é evangelizar de uma forma bem ampla”, explica o padre.
A história da fundação da CF teve início quando três padres responsáveis pela Cáritas brasileira, em 1961, idealizaram uma campanha para arrecadar fundos para as atividades assistenciais e promocionais da instituição e torná-la autônoma financeiramente. A atividade foi chamada Campanha da Fraternidade e realizada pela primeira vez na quaresma de 1962, em Natal (RN), com adesão de outras três Dioceses e apoio financeiro dos Bispos norte-americanos.
No ano seguinte, 16 dioceses do Nordeste realizaram a campanha. A princípio não houve grande êxito financeiro, mas foi o embrião de um projeto anual dos Organismos Nacionais da CNBB e das Igrejas Particulares no Brasil, realizado à luz e na perspectiva das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral (Evangelizadora) da Igreja em nosso País.
“Esta Campanha, desde seu nascedouro na arquidiocese de Natal, mostrou que seria um importante instrumento para os fiéis viverem intensamente a quaresma, pois foi capaz de fazer convergir as orações e reflexões para gestos concretos de conversão e transformação da realidade, em vista do mistério pascal de Nosso Senhor Jesus Cristo”, elucida padre Luiz.
Este projeto foi lançado, em nível nacional, no dia 26 de dezembro de 1962, sob o impulso renovador do espírito do Concílio Vaticano II, o que foi fundamental para a concepção e estruturação da CF. Ao longo de quatro anos, durante as sessões do Concílio, onde houve diversos momentos de reunião, estudo, troca de experiências, nasceu e cresceu a CF.
Sobre a celebração aos 50 anos da CF, padre Luiz Carlos revela que este é um momento de “voltar às raízes do espírito que levou ao nascimento da CF”. Para o lançamento, ficou definida na manhã da quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013, uma visita ao município de Nísia Floresta (RN), localidade onde a Campanha teve início.
A programação seguirá ainda no dia 14, à tarde, quando haverá uma entrevista coletiva com a imprensa. No dia 15, será realizado um seminário sobre a temática da CF 2013 – “Fraternidade e Juventude”. Neste mesmo dia, às 17h, será realizada a solenidade oficial de lançamento, e, às 20h, será celebrada uma missa na Catedral Metropolitana de Natal (RN).

Pastoral da Juventude promove debate sobre extermínio de jovens


campanhamarca“Vamos juntos gritar, girar o mundo. Chega de violência e extermínio de jovens!” é o tema da Campanha Nacional contra a violência e o extermínio de jovens, que vem sendo realizada desde 2009 pelas Pastorais da Juventude.
A Campanha levou à sociedade o debate sobre as diversas formas de violência contra a juventude, especialmente o extermínio, bem como ao longo dos anos, pressionou o poder público para o enfrentamento da mortalidade juvenil por meio da garantia dos direitos da juventude.
Importante também ressaltar o engajamento de diversas organizações (eclesiais e da sociedade civil), assim como de um grande número de grupos juvenis na construção da Campanha até agora. Nessa articulação uma grande parceria sempre foi a Conferência dos/as Religiosos/as do Brasil (CRB Nacional), envolvendo a vida religiosa na pauta sobre a vida da juventude.
Entretanto, a situação de extrema vulnerabilidade e violência ainda está presente na imensa maioria dos jovens brasileiros/as, com ênfase entre a juventude empobrecida. A firme atuação de todos os segmentos da sociedade civil e do poder público para garantir o direito dos jovens à vida digna e ao seu pleno desenvolvimento deve ser cada vez mais fortalecida.
Deste modo, a ação de conscientização e mobilização da Campanha Nacional contra a violência o extermínio de jovens dá um novo passo:
Para darmos início a esta nova etapa da Campanha, a Pastoral da Juventude (PJ), em parceria com a CRB Nacional, com o apoio da Porticus América Latina e de outras organizações, realizará, de 3 a 5 de maio de 2013, em Brasília/DF, o Seminário Nacional da Campanha contra a violência e o extermínio de jovens, tendo como objetivo desencadear novas ações articuladas com organizações envolvidas na defesa da vida da juventude.
É necessário denunciar o avanço da violência e propor saídas para esta realidade como a ampliação dos direitos humanos e valorização dos marcos da cidadania. O engajamento e fortalecimento dos grupos de jovens para a Campanha Nacional, bem como a capacitação técnica das representações de jovens dos regionais da CNBB, também serão pontos prioritários do Seminário.
Para saber mais sobre o Seminário Nacional, entre em contato com o jovem Coordenador Nacional da Pastoral da Juventude (CNPJ) e/ou o jovem referência do projeto “A Juventude quer viver” do seu regional. Acompanhe também pelas redes sociais da PJ o lançamento, quinzenal, de novos temas norteadores da Campanha. Qualquer dúvida entre em contato conosco. O e-mail da secretaria nacional ( secretarianacional@pj.org.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ) também está disponível para mais informações.

Romaria da Terra e a promoção da cidadania constante. Entrevista especial com Olívio Dutra




sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

JMJ Rio 2013: o ano novo da juventude começa

Dom__Eduardo_Pinheiro_Rio2013O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Eduardo Pinheiro da Silva, publicou no primeiro dia de 2013 uma carta aberta a todos os vigários paroquiais e presbíteros do país.
Na carta, dom Eduardo fala sobre a garantia histórica do espaço adquirido pela juventude dentro da Igreja ao longo dos anos e do grande encontro de 2013, a Jornada Mundial da Juventude.
Leia a íntegra da carta de dom Eduardo:
Caros irmãos Párocos e Administradores Paroquiais,
Vigários Paroquiais e demais Presbíteros.
“Serão vocês, jovens, que recolherão a tocha das mãos dos seus antepassados e viverão no mundo no momento das mais gigantescas transformações”.
Com esta afirmação profética e mensagem de confiança, o Papa Paulo VI, na conclusão do Concílio Vaticano II em 1963, se dirigia aos jovens e, quem sabe, a muitos de vocês, que hoje são sacerdotes e religiosos. Passados estes cinquenta anos, vislumbramos estas gigantescas transformações incidindo principalmente na vida dos jovens. Junto aos benefícios, a tão falada “mudança de época” tem trazido grandes desafios para a realização de sua vida e o amadurecimento da sua vocação de discípulos missionários. No final de sua reflexão, o Papa ainda afirmava sobre a perene missão da Igreja de garantir a novidade dos tempos: “A Igreja olha para vocês com confiança e com amor. [...] Ela é a verdadeira juventude do mundo”. Certamente, a partir desta convicção e motivação os pronunciamentos posteriores de nossa Igreja latino-americana e brasileira se encheram de coragem para garantir em sua história um espaço privilegiado para a juventude.
E agora estamos aqui, às portas de 2013, um ano todo especial para a Igreja do Brasil que deseja entender melhor a vontade de Deus por meio da vida, da fala, da presença, da participação dos jovens em seu meio! Propomo-nos a acreditar mais nos jovens, como agentes de transformação, sujeitos de direitos, amigos privilegiados de Jesus Cristo, verdadeiros missionários entre os próprios colegas.
Em 2013, emprestemos os olhos dos jovens para enxergar com mais realismo os sofrimentos do mundo e as belezas do tempo presente! Escutemos com seus ouvidos o cântico que gera esperança e o grito daqueles que não conseguem nem mesmo gritar! Abramos nossas bocas e escancaremos palavras de incentivo aos jovens, convocando-os a se sentarem no lugar que por tanto tempo, em muitos ambientes, ficou vazio por nossa culpa! Afinemos nosso olfato para sentir o perfume da vida de tantos jovens que buscam viver com coerência sua vida de cristão e cidadão, exalando o desejo de santidade pessoal, de fraternidade universal, de sociedade sem misérias e violências! Aproximemos o nosso coração ao coração deles para nos renovarmos no ardor pela vida, na sensibilidade pelo presente, na paixão pelas pequenas coisas, na exigência pela verdade, na vibração pela vocação assumida. Sintamos nossas mãos agindo pelas mãos dos jovens! Caminhemos pelos novos areópagos que somente os jovens podem nos mostrar! Com eles, ousemos mudar aquelas estruturas arcaicas que não só não falam mais aos jovens, mas também não falam mais de Deus e de seu projeto de Reino.
Deus está nos abençoando com este “ano novo da juventude”: Campanha da Fraternidade, Jornada Mundial da Juventude, Semana Missionária! Cresce o interesse em priorizar este tema nas dioceses, paróquias, comunidades, congregações religiosas, etc. Estamos certos de que não somente a juventude será beneficiada com as nossas novas atitudes, projetos, mentalidades, mas a própria Igreja que é chamada a se espelhar nela para manter viva a chama e o compromisso de amar sem limites, a todos e com tudo. Sem dúvida, as novas gerações necessitam da Igreja; mas Ela não conseguirá cumprir plenamente sua missão se não se render à perene novidade do Espírito Santo que fala a todos, mas quer passar de um modo todo particular pela vida, linguagem, cultura, coração dos jovens que, na sua essência, são capazes de quebrar barreiras, ousar novidades, agir apaixonadamente, amar sem medida, sacrificar-se pelas grandes causas, viver cada instante presente como se fosse único. Os jovens têm muito a nos ensinar; é só estarmos ao seu lado e dizer-lhes: “chamo-vos amigos”, os amamos com o coração de Cristo, o eternamente jovem e portador de novidade!
Feliz Ano Novo nas asas do Espírito Santo que nos garante a paz e nos conduzirá às urgentes novidades, no aconchego dos braços de Maria, Mãe de Deus e nossa, no coração dos jovens que nos aguardam ansiosos por novas batidas de amor.
Dom Eduardo Pinheiro da Silva
Bispo Auxiliar de Campo Grande (MS)
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB

Padre Domingos Sávio, o novo reitor do Santuário Nacional de Aparecida

No dia 2 de fevereiro, o Missionário Redentorista, padre Domingos Sávio, tomará posse como novo reitor do Santuário Nacional de Aparecida, em substituição ao monsenhor José Darci Nicioli, recém-nomeado bispo auxiliar da arquidiocese de Aparecida.
Em recente entrevista ao Portal A12, padre Domingos Sávio falou da alegria de trabalhar no Santuário e, assim, poder realizar um sonho ainda dos tempos de quando iniciou os estudos no Seminário. Sobre as expectativas em relação aos trabalhos na reitoria, padre Domingos disse que “o mais importante é colocar Nossa Senhora na frente de todos os trabalhos do Santuário, acolher o romeiro com o coração e carinho de Nossa Senhora Aparecida e fazer de tudo para que todos possam encontrar Jesus e em Jesus o sentido de sua vida“.
Ainda sobre a nova missão, padre Domingos destacou que terá como objetivo “ajudar os romeiros a fazerem uma experiência de fé, seja no Santuário ou pelos meios de comunicação (rádio, TV e Portal), de forma que possam sentir o lado materno de Deus na Casa da Mãe”, disse.
Histórico
Padre Domingos Sávio da Silva, conhecido como padre Domingos, nasceu no dia 17 agosto de 1947, em Lorena. Ordenou-se diácono no dia 30 de novembro de 1974, aos 27 anos e foi ordenado padre no dia 29 de junho do ano seguinte, na Catedral de Lorena.
Formado bacharel em Filosofia pelo Instituto Redentorista de Estudos Superiores de São Paulo, e em Teologia, concluiu o mestrado em Sagrada Escritura pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, na Itália. Neste mestrado, fez dois semestres na Universidade Hebraica de Jerusalém em Israel. É também doutor em Ciências da Religião com concentração em Bíblia pela Universidade Metodista de São Paulo.
Já exerceu o cargo de pároco por um ano, de vigário paroquial por 3 anos, por outros 3 anos atuou nas atividades pastorais do Santuário Nacional, além de ter coordenado o Noviciado Redentorista da Província de São Paulo por 7 anos, e o Pré-Noviciado no mesmo local por outros 2 anos. Em 2012, retornou à pastoral do Santuário em Aparecida.

Símbolos da JMJ chegam à Diocese de Joinville próximo fim de semana

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Braso-Diocese_JoinvilleNo próximo fim de semana (13 a 16 de janeiro), os símbolos da Jornada Mundial da Juventude passarão pela Diocese de Joinville (SC). A Peregrinação da Cruz, do Ícone de Nossa Senhora e da imagem da beata Albertina Berkenbrock passarão por algumas cidades da diocese, o que dará aos fies a oportunidade de celebrarem a fé ao lado dos símbolos que já percorreram o mundo.
Uma vasta programação está prevista para o evento. As 16h na Catedral de Joinville terá início da concentração dos jovens para receber os símbolos e, em seguida, às 17h, haverá uma coletiva de imprensa com apresentação dos símbolos na Mitra Diocesana. A missa solene de chegada dos símbolos também será realizada na Catedral de Joinville, e está marcada para as 19h. A celebração será presidida por dom Irineu Roque Scherer, bispo de Joinville.
A programação segue até o dia 16 com diversas atividades. Os símbolos da jornada passarão por várias localidades da região como Rio Negrinho, Jaraguá do Sul. No dia 16 está marcada, para as 10h, a celebração de entrega dos Símbolos da JMJ à Diocese de Blumenau (Paróquia São Sebastião, em Jaraguá do Sul).
Sobre os Símbolos da JMJ
Em 1984 foi celebrado na Praça São Pedro, no Vaticano, o Encontro Internacional da Juventude com o Papa João Paulo II, por ocasião do Ano Santo da Redenção. Na ocasião, o Papa entregou aos jovens a Cruz de 3,8 metros que se tornaria um dos principais símbolos da JMJ, conhecida como a Cruz da Jornada.
Em 1994, a cruz começou um compromisso que, desde então, se tornou uma tradição: sua jornada anual pelas dioceses do país sede de cada JMJ internacional, como um meio de preparação espiritual para o grande evento.
Em 2003, o Papa João Paulo II deu aos jovens um segundo símbolo de fé para ser levado pelo mundo, acompanhando a cruz da JMJ: o ícone de Nossa Senhora, "Salus Populi Romani", uma cópia contemporânea de um antigo e sagrado ícone encontrado na primeira e maior basílica para Maria a Mãe de Deus, no Ocidente, Santa Maria Maior.
"Hoje eu confio a vocês, o ícone de Maria. De agora em diante, ele vai acompanhar as Jornadas Mundiais da Juventude, junto com a cruz. Contemplem a sua Mãe! Ele será um sinal da presença materna de Maria próxima aos jovens que são chamados, como o apóstolo João, a acolhê-la em suas vidas" (Roma, 18ª Jornada Mundial da Juventude, 2003