domingo, 30 de setembro de 2012

Presidente da Cáritas Brasileira é nomeado novo bispo de Santarém

Presidente da Cáritas Brasileira é nomeado novo bispo de Santarém
Dom Flávio Giovenale, atual bispo de Abaetetuba, no Pará, e presidente da Cáritas Brasileira, foi nomeado no último dia 19 de setembro pelo Papa Bento XVI como o novo bispo da diocese de Santarém, também no estado do Pará. A posse ocorrerá em 16 de dezembro deste ano, quando dom Flávio deixa oficialmente a diocese de Abaetetuba onde atuou por 15 anos.
“Deixei de ser pároco para assumir como bispo em Abaetetuba em 1997. Nunca tinha rezado uma missa se quer nessa diocese, mas assim que cheguei fui acolhido com muito amor como se estivesse entre família”, relembrou. Segundo dom Flávio, assim que chegou a Abaetetuba, seu lema sempre foi: “que todos se sintam amados por Deus”. Classificada como uma experiência extraordinária, dom Flávio, em tom saudoso, deixou uma breve mensagem para o povo de Abaetetuba:
“O meu muito obrigado pelo amor que tive todos esses anos e por tudo que conseguimos fazer juntos. Eu era feliz e sabia e sempre me senti muito bem entre todos vocês. Saudade é o amor que fica. Sentirei saudades!”
Novos rumos
Dom Flávio ainda contou que algumas vezes chegou a conversar com amigos sobre seu tempo de atuação como bispo em uma mesma diocese. “Estou na metade da vida de um bispo, uma vez que aos 75 anos ocorre como se fosse nossa ‘aposentadoria’. Não estou cansado, mas é sempre interessante mudar. Após várias conversas decidi que não pediria transferência para outra diocese, mas se um convite viesse, eu aceitaria.”
Esse momento chegou! Dom Flávio ressaltou alguns desafios que espera encontrar como bispo de Santarém. Ele conhece os problemas sociais causados pelas grandes mineradoras instaladas na região, bem como o grande avanço do agronegócio por meio do plantio da soja. “No entanto, apesar de ter um conhecimento sobre a realidade social da região meu primeiro passo será de conhecer mais, escutar e perguntar muito, levando sempre comigo meu lema de que todos se sintam amados por Deus”, enfatizou.
Mensagem ao povo de Santarém
Caríssimas irmãs, caríssimos irmãos da Diocese de Santarém,
Paz e bênçãos!
Uns dias atrás recebi do Santo Padre a missão de ser irmão e bispo entre vocês, na grande Diocese de Santarém.
Aceitei logo e aqui estou para caminhar com vocês segundo a santa vontade de Deus.
Daqui a algumas semanas irei encontrá-los pessoalmente e começarei a viver com vocês. Vamos procurar nos amar porque esta é a vontade de Jesus e esta é a mais bela aventura da vida: amar e ser amado.
Minha nova missão chegou no mês da Bíblia: a Palavra de Deus que sempre guiou a vida da Diocese de Santarém, vai continuar a nos guiar também nos próximos anos: vamos amá-la, escutá-la, praticá-la; com ela vamos rezar e viver.
Nossa Senhora da Conceição é a padroeira da Diocese de Abaetetuba que deixo e da Diocese de Santarém que abraço: Ela será nossa mãe e mestra.
Que Deus abençoe a todos e cada um de vocês, e até breve, se Deus quiser!
Dom Flavio Giovenale, SDB
Bispo eleito de Santarém/PA

Ecoprofetas entrega equipamento que melhora o trabalho em Cooperativa de Catadores de Canoas

Na tarde desta segunda-feira, 24, a Associação Caminho das Águas, através do projeto Caminho das Águas – Ecoprofetas, patrocinado pela Petrobras, realizou a entrega de uma esteira para o coletivo de catadores Cooperativa Renascer, no bairro Guajuviras, em Canoas. Na solenidade a Associação Caminho das Águas esteve representada pelo seu coordenador geral, Irmão Antônio Cechin, Vilson, Pilato e os educadores Roque e Odete que acompanham o coletivo. Também estiveram presentes representantes da Tecnosocial Unilasalle e da Prefeitura Municipal de Canoas, através da Secretaria de Meio Ambiente.
Roque Spis coordenou o ato solene e na abertura explicou como se deu o processo para a participação do coletivo no projeto. A Associação Caminho das Águas consultou todos os coletivos sobre suas principais demandas e a Cooperativa Renascer indicou como prioridade a aquisição de balança, esteira e EPIs, bem como o acompanhamento de educadores para a formação interna e a questão da segurança alimentar. Roque colocou que o coletivo foi desafiado a melhorar as condições de trabalho. A educadora Odete Spis, que trabalha a formação no coletivo, compartilhou que a vinda da esteira representa um grande desafio para a cooperativa, “é o desafio de trabalhar num modo diferente”, disse.
Lourdes, representando a Tecnosocial Unilasalle falou de sua satisfação com o evento e com o trabalho de parceria com o Ecoprofetas. “É uma satisfação para a gente estar nessa parceria que muito contribui com a melhoria do trabalho dos catadores”, afirmou.
Eugênio Ávila, diretor de Resíduos e Coleta Seletiva da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Canoas, disse que “a Prefeitura só tem a agradecer esta parceria com o Irmão Antônio Cechin, a Associação Caminho das Águas. Uma parceria que nos ajuda em nosso objetivo de ampliar a coleta seletiva na cidade”. Destacou também que Canoas foi pioneira na implementação da Política de Resíduos Sólidos, onde as cooperativas de catadores são protagonistas na Coleta Seletiva.
Fernando, um dos coordenadores da Cooperativa Renascer, agradeceu Irmão Antônio Cechin, o projeto Caminho das Águas pela parceria e pela presença dos educadores que acompanham o coletivo. Micheli, que faz parte da cooperativa, destacou que “foi a presença dos educadores do Ecoprofetas e a possibilidade da vinda da esteira que melhorou a nossa realidade. É muito mais que uma esteira e uma balança, é um impulso na nossa vida e na organização”, salientou Micheli. O senhor Adair, um dos cooperados, disse que está há muitos anos nesta organização e agora começou a ver melhoras. É importante que “junto com os equipamentos tem a parte educativa”.
Irmão Antônio Cechin, coordenador geral do Ecoprofetas, se emocionou ao falar e disse “imaginem a minha emoção em ver vocês recebendo este equipamento para facilitar o trabalho e melhorar a renda e, consequentemente, a vida das famílias”. Cechin parafraseou o Evangelho onde Jesus disse: “Foi tua fé que te salvou”, dizendo que, “no caso dos catadores é a fé como teimosia, a fé na transformação que o ser humano é capaz de fazer”. Observou que os catadores são teimosos e lutam com perseverança por seus objetivos e demandas.
Irmão Antônio salientou que “os catadores são os verdadeiros profetas da ecologia, que denunciam o consumismo e anunciam a era da ecologia e são vocacionados para salvar a vida do Planeta”. Cechin também avaliou que Canoas tem a melhor legislação de reciclagem que conhece e destacou o empenho do governo do prefeito Jairo Jorge. Irmão também fez alguns destaques da caminhada das Comunidades Eclesiais de Base no Rio Grande do Sul, como, por exemplo, a organização dos catadores que se iniciou em Canoas e nas Ilhas do Guaíba em Porto Alegre.
Após a solenidade, os recicladores inauguraram a esteira com muita animação. E para festejar o momento importante na vida deles, a Cooperativa brindou os participantes do evento com um gostoso coquetel. E no restante da tarde, sob a coordenação dos educadores do Ecoprofetas, Roque e Odete, os trabalhadores realizaram um treinamento do novo modo de fazer a triagem, com a esteira.

Dom Leonardo Steiner trata da Semana Nacional da Vida .

semanavidaA primeira semana do mês de outubro será marcada por inúmeras discussões em defesa da vida. Instituída, em 2005, pela 43ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Semana Nacional da Vida acontecerá entre os dias 1º e 7 de outubro, e trabalhará o tema “Vida, saúde e dignidade: direito e responsabilidade de todos”. A semana termina com o "Dia do Nascituro" comemorado no dia 8 de outubro para homenagear o novo ser humano, a criança que ainda vive dentro da barriga da mãe.
Em entrevista, o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, aborda diversas questões ligadas à Semana Nacional da Vida. Leia a íntegra da entrevista:
- A Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família lançou o subsídio “Hora da Vida”. Como ele colabora com os temas de discussão da Semana Nacional da Vida?
O subsídio “Hora da Vida” é composto por roteiros de encontros temáticos que podem ser organizados nas diferentes comunidades das nossas Igrejas particulares. Há muitos temas indicados para serem abordados durante esta semana, e, em função da realidade local, outros podem ser acrescentados. Os temas contidos no subsídio são sugestões de conteúdo a ser refletido, discutido, aprofundado e, também, concretizado em possíveis ações pastorais e sociais. De forma simples e deixando o espaço para a criatividade, o subsídio aborda a questão da ameaça à vida no seio materno, da sua manipulação em laboratório; propõe uma reflexão sobre as situações de risco, como a violência no trânsito e a ingestão de drogas; questiona-nos sobre o que é de fato ter vida digna, vida plena; motiva-nos para o cuidado com a vida frágil, do seu início até o seu fim natural. Tudo como expressão do amor e do cuidado amoroso.
- Que tipos de discussões o tema “Vida, saúde e dignidade: direito e responsabilidade de todos” trará para a Semana Nacional da Vida?
O tema da saúde faz o vínculo com a Campanha da Fraternidade deste ano, cujo título foi “Fraternidade e saúde pública”. Isso nos interpela a trabalhar para que todos os brasileiros possam ter acesso à saúde, não só como um valor em si mesmo, mas porque manifesta a dignidade de vida de cada pessoa, em qualquer fase ou condição social. Muito se fala hoje dos direitos de cada pessoa e, por vezes, esquece-se dos deveres de cada um. Quando se trata do respeito, da promoção e da defesa da vida, os direitos devem ser cobrados, mas os deveres também devem ser assumidos por todos.
- A Semana Nacional da Vida responde aos apelos das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadoras da Igreja no Brasil (DGAE)?
Uma das cinco urgências da ação evangelizadora no Brasil, traçadas pelos bispos do Brasil para 2011-2015, é a “Igreja ao serviço da vida plena para todos”.  A Semana Nacional da Vida retoma várias situações de ameaça à vida, que são descritas nesta quinta urgência e que já foram apontadas acima, e se insere nesta vasta missão da Igreja que também se desdobra no campo da promoção da vida humana, sobretudo das mais frágeis e indefesas e outras.
- Sobre a urgência nas questões de promoção da vida (quinta urgência), que ações efetivas poderão ser tomadas a partir da Semana Nacional da Vida?
“A partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo”, como afirma o objetivo geral da ação evangelizadora no Brasil, o discípulo-missionário terá condições de identificar as situações que denigrem a vida, quer seja em âmbito local quer em âmbito nacional, para assim agir em consequência. A Igreja muito tem feito e muito realiza para promover a vida. Basta pensarmos nas inúmeras iniciativas que surgem das ações pastorais em favor da família, da criança, do adolescente, da AIDS, da sobriedade, do idoso, da saúde, do povo de rua, da terra, da moradia etc. A Semana Nacional da Vida pode, por um lado, contribuir para fomentar uma boa formação intraeclesial dos leigos e pastores, a fim de se formular um juízo moral adequado sobre as propostas da ciência e sua aplicação; e, por outro, estimular uma maior participação social, incentivando os leigos a se fazerem presentes nos diversos conselhos de participação popular (conselho municipal da saúde, da mulher, da educação, por exemplo) ou a se comprometerem através da própria profissão para uma maior distribuição dos recursos humanos e materiais para a saúde e um cuidado materno pela vida em nosso país.
- Quais os principais aspectos sobre a reforma do Código Penal que serão tratados durante a Semana Nacional da Vida? E qual a importância de se trazer essa discussão à tona?
No Anteprojeto de reforma do Código Penal brasileiro, há muitos pontos que merecem ser amplamente debatidos e outros que devem ser simplesmente excluídos, haja vista o seu teor extremamente polêmico e contrário a princípios éticos. A Semana Nacional da Vida e o Dia do Nascituro são ocasião para que toda a Igreja continue afirmando sua posição favorável à vida desde o seio materno até o seu fim natural, bem como a dignidade da mulher e a proteção das crianças etc. Isso pode suscitar uma reflexão necessária por parte da sociedade e por parte dos senadores e senadoras responsáveis em avaliar e aprovar o anteprojeto no Senado Federal.
- Que mensagem deixaria para as comunidades católicas?
A família é uma bênção, pois é o lugar onde cada um, cada uma de nós veio à luz e onde iniciamos os primeiros e mais profundos laços de nossa existência. Na família começamos o caminho da fé que nos possibilita participarmos de uma Comunidade-igreja, e nos leva ao encontro dos irmãos e irmãs; É o Evangelho que nos abre o caminho para nos abrirmos à graça de Jesus em todos os momentos de nossa vida. A Semana Nacional da Vida nos leve à admiração e ao cuidado pela vida! Ela nos ajude a criarmos grupos de famílias que assumam a grande vocação de ser promotores da vida.

CNBB divulga nota "Eleições Municipais 2012 - Voto consciente e limpo" .

cnbbDurante entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, 27 de setembro, a presidência da CNBB apresentou a sua mensagem para as eleições municipais 2012. O texto foi aprovado durante a última reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), realizado esta semana na sede da entidade, em Brasília (DF).
A seguir, a íntegra da nota.
Eleições Municipais 2012 - Voto consciente e limpo
O Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília de 25 a 27 de setembro, considerando as eleições municipais do próximo mês de outubro, vem reforçar a importância desse momento para o fortalecimento da democracia brasileira. Estas eleições têm característica própria por desencadear um processo de maior participação em que os candidatos são mais próximos dos eleitores e também por debater questões que atingem de forma direta o cotidiano da vida do povo.
A Igreja louva e aprecia o trabalho de quantos se dedicam ao bem da nação e tomam sobre si o peso de tal cargo, em serviço de todas as pessoas (cf. GS 75). Saudamos, portanto, os candidatos e candidatas que, nesta ótica, apresentam seu nome para concorrer a um cargo eleitoral. Nascido da consciência e do desejo de servir com vistas à construção do bem comum, este gesto corrobora o verdadeiro sentido da atividade política.
Estimulamos os eleitores/as, inclusive os que não têm a obrigação de votar, a comparecerem às urnas no dia das eleições para aí depositar seu voto limpo. O voto, mais que um direito, é um dever do cidadão e expressa sua corresponsabilidade na construção de uma sociedade justa e igualitária. Todos os cidadãos se lembrem do direito e simultaneamente do dever que têm de fazer uso do seu voto livre em vista da promoção do bem comum (cf. GS 75).
A lei que combate a compra de votos (9840/1999) e a lei da Ficha Limpa (135/2010), ambas nascidas da mobilização popular, são instrumentos que têm mostrado sua eficácia na tarefa de impedir os corruptos de ocuparem cargos públicos. A esses instrumentos deve associar-se a consciência de cada eleitor tanto na hora de votar, escolhendo bem seu candidato, quanto na aplicação destas leis, denunciando candidatos, partidos, militantes cuja prática se enquadre no que elas prescrevem.
A vigilância por eleições limpas e transparentes é tarefa de todos, porém, têm especial responsabilidade instituições como a Justiça Eleitoral, nos níveis Federal, Estadual e Municipal, bem como o Ministério Público. Destas instâncias espera-se a plena aplicação das leis que combatem a corrupção eleitoral, fruto do anseio popular. O resgate da ética na política e o fim da corrupção eleitoral merecem nossa permanente atenção.
O político deve cumprir seu mandato, no Executivo ou no Legislativo, para todos, independente das opções ideológicas, partidárias ou qualquer outra legítima opção que cada eleitor possa fazer. Incentivamos a sociedade organizada e cada eleitor em particular, passadas as eleições, a acompanharem a gestão dos eleitos, mantendo o controle social sobre seus mandatos e cobrando deles o cumprimento das propostas apresentadas durante a campanha. Quanto mais se intensifica a participação popular na gestão pública, tanto mais se assegura a construção de uma sociedade democrática.
As eleições são uma festa da democracia que nasce da paixão política. O recurso à violência, que marca a campanha eleitoral em muitos municípios, é inadmissível: candidatos são adversários, não inimigos. A divisão, alimentada pelo ódio e pela vingança, contradiz o principio evangélico do amor ao próximo e do perdão, fere a dignidade humana e desrespeita as normas básicas da sadia convivência civil, que deve orientar toda militância política. Do contrário, como buscar o bem comum, princípio definidor da política?
A Deus elevemos nossas preces a fim de que as eleições reanimem a esperança do povo brasileiro  e que, candidatos e eleitores, juntos, sonhem um país melhor, humano e fraterno, com justiça social.
Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, abençoe nossa Pátria!
Brasília, 27 de setembro de 2012
Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB
Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís
Vice-presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

Rio de Janeiro recebe Festival Halleluya em preparação a JMJ

Halleluya-no-Rio-2011Uma grande festa de arte, cultura, promoção humana, diversão e oração para a juventude. Assim será o Festival Halleluya-Rio, que acontece de 29 a 30 de setembro, a partir das 13h, na Quinta da Boa Vista. O evento integra a agenda de eventos preparatórios para a Jornada Mundial da Juventude Rio2013. A entrada é franca.
Em sua segunda edição no Rio de Janeiro, o Festival, que é organizado pela Comunidade Católica Shalom em conjunto com a Arquidiocese do Rio, quer ser um grande sinal de paz para a Cidade Maravilhosa.
Na programação haverá shows musicais, apresentações artísticas de dança e teatro, workshops e cursos. Traz como novidade este ano a realização do Festival de Dança Halleluya e um show especial de encerramento, com o tema da JMJ Rio2013 (Ide e fazei discípulos em todas as nações), no qual participarão artistas que se apresentaram nos dois dias do evento.
A promoção humana e social também será uma marca do festival. Em parceria com a Ação de Amor do Cristo Redentor, serão oferecidos à comunidade diversos serviços voltados para cuidados gerais de saúde, estímulo a bons hábitos; atividade física; riscos do tabagismo, álcool e drogas; nutrição; saúde bucal; teste vocacional e cadastro de emprego, dentre outros.
Como atividade religiosa, serão celebradas missas nos dois dias do evento.
O Arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, presidirá a missa do domingo, dia 30, às 15h. Haverá no local ainda um espaço denominado "Tenda da Misericórdia", reservado para adoração ao Santíssimo Sacramento, confissões, aconselhamentos e orações.
Atrações musicais e culturais
Estão confirmadas as presenças dos cantores católicos Dunga, Padre Omar, Marcio Pacheco, Suely Façanha, Bruno Camurati, Olívia Ferreira, Cosme e Davidson Silva, e das bandas Anjos de Resgate, Sambandorando, Missionário Shalom e Alto Louvor. Destaque para o musical "Canto das Írias", que será apresentado na noite de sábado, dia 29 de setembro.
Serão realizadas, também, apresentações do ballet de Santa Teresa e do espetáculo "Canto das Írias", além do grupo finalista do Festival de Dança Halleluya.
Workshops
Serão realizados quatro workshops sobre as artes na Igreja, todos no domingo, dia 30.
São Eles: música e liturgia (com integrantes da banda Missionário Shalom); técnica vocal (com a cantora Olívia Ferreira); espiritualidade do ministro de música (com a cantora Suely Façanha), e unção e uso dos carismas na arte (com o cantor Davidson Silva).
Cursos
A programação do Halleluya também trará formações com temas atuais. Serão quatro cursos e uma mesa redonda. Os cursos serão: "Coragem de ser Católico - Ousadia e alegria na vivência da fé católica hoje", "Tudo e mais um pouco sobre a JMJ", "10 motivos para defender a vida" e "Curado para o amor". A mesa redonda terá como tema a Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá de 23 a 28 de julho de 2013, no Rio de Janeiro. O objetivo é conhecer a JMJ, tirar dúvidas, trocar experiências e se apaixonar por este grande encontro.
Sobre o Halleluya
O Halleluya é o maior festival de artes integradas do Brasil. Nasceu em 1997, na cidade de Fortaleza, onde este ano bateu recorde de público: recebeu 1,17 milhão de pessoas. O evento coroou as atividades de comemoração dos 30 anos de existência da Comunidade Católica Shalom.
Atualmente o Halleluya é também realizado em diversas capitais do Brasil e em alguns países: Israel, França, Inglaterra, Itália.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Dilma recebe credenciais do Núncio Apostólico no Brasil .

AgenciaBrasilDilmaNuncioA presidente Dilma Rousseff recebeu nesta quinta-feira, 20 de setembro, no Palácio Itamaraty, 18 embaixadores estrangeiros que servirão no Brasil. De acordo com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, o embaixador ou embaixadora assume oficialmente suas funções no Estado acreditado a partir da entrega de suas cartas credenciais.

A solenidade costuma ser um espetáculo de cores e exemplo de diversidade cultural devido ao uso, por alguns diplomatas, de trajes tradicionais, como fizeram hoje os embaixadores de Mianmar, Zâmbia e Emirados Árabes.

Antes da cerimônia, a presidenta pediu ao Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, informações detalhadas sobre cada embaixador e uma síntese sobre a situação política, econômica e social do respectivo país.

Na ocasião, Dilma recebeu as credenciais do Núncio Apostólico no Brasil (nome dado ao embaixador do Vaticano), dom Giovanni d'Aniello; da África do Sul, Mohakama Mbete; de Portugal, Francisco Maria de Sousa Ribeiro Telles; do Paquistão, Nasrullah Khan; da Espanha, Manuel de La Cámara Hermoso; e da Romênia, Diana Anca Radu.

Também foram credenciados os embaixadores da Ucrânia, Rostyslav Volodymyrovytch Tronenko; da Jamaica, Alison Stone Roofe; da Eslováquia, Milan Cigán; da Zâmbia, Cynthia Misozi Jangulo; de Mianmar, Tun Nay Linn; e dos Emirados Árabes Unidos, Sultan Rashed Sultan Alkayatoub.

Dilma recebeu ainda as credenciais dos embaixadores da Guatemala, Julio Armando Martini Herrera; da Coreia do Sul, Ko Bon-Woo; da Bolívia, Jerjes Justiniano Talavera; de Omã, Khaled Said Salem Al Jaradi; da Áustria, Marianne Feldmann; e da Noruega, Aud Marit Wiig.

A Primavera Chegou

 
 
 

domingo, 16 de setembro de 2012

Comissão de Especialistas trabalha em novo texto sobre a questão agrária no Brasil .

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Novotexto1Uma comissão de especialistas em questões agrárias esteve reunida na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF), na tarde de ontem, 13 de setembro, para elaborar um texto profundo sobre a questão agrária no país. Este texto, ao final de cinco reuniões, será apresentado aos bispos do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), se aprovado, será levado ao plenário da 51ª Assembleia Geral dos Bispos, em 2013, para se tornar um Documento Azul da CNBB.
Segundo os especialistas presentes na reunião, o novo texto que está sendo elaborado, será uma atualização de um texto da Igreja, de 1980, intitulado “Igreja e os problemas da terra”. Atualmente existe o Documento 99 de Estudos da CNBB, que trata da “Igreja e questões agrárias no início do século XXI”, aprovado no ano de 2010.
O presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e bispo de Balsas (MA), dom Enemésio Angelo Lazzaris, faz parte da comissão de especialistas. Segundo o bispo, o texto final deverá ser entregue em março do próximo ano, na reunião do Consep.
novotexto2Fazendo um paralelo histórico da luta da Igreja do Brasil pelas questões do campo, dom Enemésio afirmou: “Sem dúvida alguma, tratar da questão agrária nos coloca em contato com uma tradição muito bonita e um compromisso que a Igreja assume desde a criação da CNBB. A Igreja, na sua primeira Assembleia Geral, em 1953, em Belém do Pará, já falava das questões do campo. Na segunda, em Aparecida (SP), 1954, o tema central foi Igreja e a Reforma Agrária. Ao menos dez, das 50 Assembleias Gerais da CNBB trataram diretamente de temas como o direito, a justiça, questões agrárias, operárias, sociopolíticas e econômicas. Na 18ª Assembleia, a CNBB teve como tema específico a Pastoral da Terra, que resultou no documento “Igreja e os problemas da terra”, este documento é que praticamente norteou a Igreja em relação a questões do campo, por isso a necessidade de um documento novo”.
Questão em Pauta
Segundo o presidente da CPT, este tema ligado a terra está sempre em pauta nas agendas, seja do governo, seja da sociedade civil organizada, dos especuladores imobiliários, latifundiários, lobistas, grandes empresários, pecuaristas, madeireiros, tornando de difícil resolução de problemas, como o da reforma agrária, por exemplo.
“Podemos perceber que o tema ligado a terra está permanentemente em pauta, já que há questões inacabadas como a reforma agrária, a demarcação de territórios indígenas, dos quilombolas e ribeirinhos. Há também o descontrole do chamado agronegócio, do latifúndio, da ganância pela terra que se corre o risco de também não respeitar estes territórios que são comprometidos com o meio-ambiente, com a preservação e com a casa que Deus nos deu”, destacou dom Enemésio.
plinio-de-arruda“Passaram-se 32 anos do importante documento ‘Igreja e os problemas da terra’ e a situação agrária piorou e a concentração da terra hoje é maior do que era em 1980, a inação do governo é constante em todo o período, então os bispos resolveram que, de novo, era preciso atualizar este documento e apresentá-lo à comunidade cristã para que ela reaja e ajude os camponeses”, disse um dos especialista e ex-presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária, Plínio de Arruda Sampaio.
Desafios Agrários
guilherme-delgadoPara o doutor em economia, Guilherme Delgado, consultor da Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), organismo vinculado à CNBB, e um dos especialistas da comissão, o texto foca na perspectiva dos grandes desafios que se coloca a questão agrária hoje para os povos: camponeses, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, assentados, acampados, e quais são as consequências dessa nova realidade agrária para este conjunto de grupos sociais. “Outro enfoque é fazer uma análise da economia, da política nos últimos 30 anos, verificando o que mudou, no sentido da propriedade, da exploração da terra e dos recursos naturais da época do Regime Militar para o presente, de forma a reconfigurar uma problemática agrária”, disse.
Ainda segundo Guilherme, está sendo feita toda uma avaliação bíblico-teológica-doutrinária sobre a terra na leitura bíblica do Antigo e do Novo Testamento e, a terra na Doutrina Social da Igreja que serve como referencial do julgar da situação vista anteriormente. ”A parte final do documento se propõe a um conjunto de pistas, ideias sobre as alternativas de desenvolvimento rural, agropecuário e de recursos naturais, que estão em gestação, e que, de certa forma respondem ou constroem um campo alternativo ao agronegócio”.
Documentos da CNBB
Os documentos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil são divididos em duas categorias, os Documentos de Estudo, denominados Documentos Verde, que o nome, em si, já explica sua funcionalidade sendo extraoficial, e os Documentos Azuis, de caráter oficial da Igreja.
Atualmente existem 101 Documentos Verdes e 98 Azuis. O Documento Verde tem o caráter de constante aperfeiçoamento, como o exemplo do Diretório de Comunicação, que há vários anos está sendo elaborado e aperfeiçoado. Assim que pronto, é apresentado aos bispos para aprovação. Se aprovado ele se transforma em um documento oficial, denominado Documento Azul.

A Monsanto Mata

Na próxima segunda-feira, dia 17, uma onda de manifestações vai se espalhar por vários países do globo para dizer um sonoro ‘não’ aos produtos da transnacional estadunidense Monsanto, maior produtora de transgênicos do mundo. A ação está sendo organizada pelo Movimento Ocupa Monsanto e tem como principal intenção fazer com que os organismos geneticamente modificados (OGM) "voltem para os laboratórios”. A ação principal vai acontecer na cidade de San Luis, em Missouri, nos Estados Unidos, onde está localizada a sede da Monsanto.
"Quer você goste ou não, as chances são grandes de a Monsanto ter contaminado com produtos químicos e organismos geneticamente modificados a comida que você comeu hoje. Monsanto controla grande parte do suprimento mundial de alimentos à custa da democracia no mundo de alimentos”, alerta o Movimento Ocupa Monsanto, chamando a população mundial a se capacitar e tomar atitudes contra a transnacional dos transgênicos.
As manifestações começam no dia do aniversário do movimento social Ocupa Wall Street, que nasceu ano passado, nos Estados Unidos, para se contrapor ao modelo político - econômico dominante. Até o momento, mais de 65 atividades já estão confirmadas em países como Alemanha, Canadá, EUA, Índia, Paraguai, Filipinas, Polônia, Argentina, Austrália, Espanha, Rússia, Japão, entre outros.
Em Oxnard, na Califórnia, as manifestações já começaram. Na quarta-feira (12), ativistas que se autodenominavam da Unidade de Crimes Genéticos fecharam os pontos de acesso às instalações onde estão guardadas sementes da Monsanto para serem distribuídas. A ação fez com que a sede da transnacional passasse ao menos um dia sem distribuir os organismos geneticamente modificados.
Depois das atividades teatrais e da apresentação de alegorias como o "peixe-milho” nove ativistas ‘anti-OGM’ foram levados/as pelas forças de segurança e presos sob a acusação de invasão de propriedade.
No mês de março, foi organizado o Dia de Ação Global para introduzir a realização da mobilização maior, que vai acontecer na próxima segunda-feira. Na ocasião, foram realizadas ações de repúdio à Monsanto em países da Áfricam da Europa, da Ásia e em quase todos da América Latina. Cada organização/movimento/coletivo preparou uma atividade que durou até dois dias para chamar atenção e pedir a retirada dos produtos da Monsanto do Mercado.
Dia 17, também é importante que grupos, organizações, coletivos e comunidades possam colaborar organizando atividades presenciais ou mesmo virtuais, criando eventos nas redes sociais e publicando fotos e vídeos para lembrar que o momento que os produtos da Monsanto não são bem vindos na mesa de milhares de pessoas.
Monsanto
A transnacional produz 90% dos transgênicos consumidos e é líder no mercado de sementes. Seu nome está constantemente ligado a polêmicas quando o assunto é organismos geneticamente modificados.
A empresa é acusada de biopirataria, contrabando de sementes, manipulação de dados científicos e de ser responsável pelo suicídio de agricultores indianos, que se endividaram por conta dos altos custos de sementes transgênicas e de insumos químicos necessários às plantações de transgênicos, entre outros crimes. Por isso, há hoje em diversos países campanhas organizadas e permanentes contra a atuação da Monsanto e que rechaçam aos seus produtos.
Para mais informações, acesse: http://occupy-monsanto.com/

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Bispos referenciais debatem o rumo da evangelização com a juventude .

bisposbrasilia2012Em setembro de 2013, após a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), jovens e assessores das diferentes expressões que atuam junto à Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB estarão juntos em um encontro para dar o rumo à evangelização da juventude da Igreja no Brasil. A proposta foi decidida entre 15 dos 17 bispos referenciais da juventude nos 17 regionais, reunidos na última terça e quarta-feira (4 e 5) em Brasília. O encontro deverá ser na Capital Federal.
Segundo o presidente da comissão e bispo auxiliar de Campo Grande, dom Eduardo Pinheiro, esse evento vai amarrar propostas concretas para dinamizar a pastoral juvenil nas dioceses.
Os bispos regionais já estão levantando sugestões para se trabalhar o caminho de evangelização após a jornada. “A ação evangelizadora da juventude é a grande meta da JMJ em um país. Já estamos vivendo essa meta com a peregrinação da Cruz e do Ícone nas dioceses, que desafia a ação para novas posturas”, disse dom Eduardo Pinheiro. A pesquisa dos bispos deve continuar com um questionário para todas as dioceses.
Metas
Além desse encontro, outras metas para 2013 traçadas pela Comissão Episcopal, que são: Implementar o projeto de revitalização da Pastoral Juvenil; aprofundar e vivenciar a Campanha da Fraternidade 2013; aprofundar o Documento 85 e o Documento Civilização do Amor e continuar acompanhando a organização do Setor Juventude na instância diocesana.
O bispo de Caxias (MA), referencial para a juventude do Regional Nordeste 5 da CNBB (Maranhão) e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, dom Vilson Basso, lembrou que a Igreja no Brasil sempre esteve ligada ao trabalho com a juventude na dimensão latino-americana. ”Desde Medelín e Puebla, o Brasil tem participado de todos os encontros latino-americanos de pastoral juvenil, dos congressos e outros eventos. A Igreja no Brasil tem trabalhado junto com o Conselho Episcopal Latino-americano (Celam) nesse serviço bonito”.
Durante a reunião, foi feita uma retrospectiva da caminhada da atual Coordenação Nacional de Pastoral Juvenil, em particular sobre a sua comunhão com as atividades e projetos do Cone Sul e da Pastoral Juvenil Latino-americana.
Semana Missionária
A preparação para a Semana Missionária, atividade em todas as dioceses que antecederá a Jornada Mundial da Juventude, e os subsídios elaborados em preparação para esse momento e para o Dia Nacional da Juventude foram apresentados pelos bispos.
Segundo o assessor da Comissão, padre Antônio Ramos do Prado, a reunião foi uma das mais produtivas por aprofundar o projeto da identidade da pastoral juvenil. De acordo com ele, a peregrinação da Cruz e o Bote Fé têm ajudado gerar unidade na juventude e a aproximação do clero.

Comunidades de todo o país participam do Grito dos Excluídos 2012

Comunidades de todo o país participam do Grito dos Excluídos 2012
O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo. É um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos.
Trata-se de uma mobilização dos movimentos sociais, com o apoio da Igreja no Brasil, que visa denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social.
A manifestação deseja tornar público, nas ruas do país, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome, além de propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos.
O Grito se define como um conjunto de manifestações realizadas no Dia da Pátria, 7 de setembro, tentando chamar à atenção da sociedade para as condições de crescente exclusão social na sociedade brasileira. Não é um movimento nem uma campanha, mas um espaço de participação livre e popular, em que os próprios excluídos, junto com os movimentos e entidades que os defendem, trazem à luz o protesto oculto nos esconderijos da sociedade e, ao mesmo tempo, o anseio por mudanças.
As atividades são as mais variadas: atos públicos, romarias, celebrações especiais, seminários e cursos de reflexão, blocos na rua, caminhadas, teatro, música, dança, feiras de economia solidária, acampamentos – e se estendem por todo o território nacional.
Em 2012, o tema do Grito é “Queremos um Estado a serviço da Nação, que garanta direitos a toda população!”, em sintonia com a 5ª Semana Social Brasileira

domingo, 9 de setembro de 2012

O Brasil que queremos

O Brasil que queremos
O final de agosto nos leva, direto, para a Semana da Pátria. Será sempre importante cultivar nossa identidade de brasileiros, a partir da esplêndida realidade com que fomos agraciados pela natureza e pela história. Pois a Pátria não é só o que a natureza nos regala em sua generosidade. A Pátria é também o fazemos dela.
Aí começa nosso desafio. Que Pátria queremos construir. Esta questão vai tomando mais consistência, na medida em que nos damos conta das diversas dimensões de nossa vida que precisam ser assumidas, definidas e trabalhadas.
Tempos atrás, no processo das “Semanas Sociais Brasileiras”, que agora está sendo retomado com vigor, chegamos a definir um sonho de Brasil que gostaríamos de ver realizado.
Foi então que aos poucos foram sendo alinhados diversos adjetivos para desenhar “O Brasil que a gente quer”, “O Brasil que nós queremos”.
A série começava pela dimensão política. E de fato, a política é imprescindível para a definição da convivência entre cidadãos duma mesma Pátria. Contanto que a política seja exercida democraticamente. Assim se firmava a primeira referência da Pátria que sonhamos. Queremos um Brasil “politicamente democrático”.
Em seguida, pelas inúmeras implicações da economia na vida dos cidadãos, se defendia com firmeza que o Brasil precisava ser “economicamente justo”. Como a economia é tão complexa na sua dinâmica, todos se davam conta que esta dimensão precisa ser assumida com critérios políticos e com competência profissional. Não é espontaneamente que a economia de um país é justa. A economia não está imune a exigências de ordem política e social. Ela não está acima dos valores que compõem o sonho de uma Pátria onde todos se sentem acolhidos e podem participar com sua presença e seu trabalho.
Por isto, a seguinte dimensão se tornava imprescindível para ir desenhando um sonho viável e justo de Brasil. De modo que a ladainha dos valores prosseguia, dizendo que nós queremos um país “socialmente solidário”. Por mais que a economia contribua para que todos tenham os recursos para a sua vida, ela nunca resolve sozinha os problemas. A sociedade precisa se pensar e se organizar de maneira fraterna, tendo presente que o valor de cada pessoa humana não se mede em primeiro lugar por aquilo que produz, compra ou vende, mas cada um vale em primeiro lugar por aquilo que ele é. E isto postula uma sociedade solidária, onde os mais frágeis têm precedência no atendimento de suas necessidades, independente de sua participação na produção dos bens materiais e culturais. O mercado não esgota a economia, nem dispensa a solidariedade.
Assentados estes três pilares, da democracia, da justiça e da solidariedade, foram emergindo outras dimensões, que também precisam integrar nosso sonho de Brasil. Para formarmos uma Pátria de cidadãos livres, participativos, responsáveis, abertos à convivência, é preciso contar com outras referências, cuja importância foi aparecendo com clareza.
Somos um país continental, onde as regiões cumprem um papel decisivo. As regiões acabam proporcionando o contexto para a expressão de valores culturais diversificados, que enriquecem a Pátria e proporcionam novas oportunidades de fecunda convivência entre os cidadãos.
Assim, fomos nos dando conta que “o Brasil que nós queremos” precisa também ser “culturalmente plural, regionalmente diversificado, ecologicamente sustentável, e religiosamente ecumênico”.
São tantos os ingredientes de um projeto de Pátria. Percebemos a grande distância que existe entre a teoria e a prática, entre o sonho e a realidade.
Quem sabe, ao longo desta Semana da Pátria, renovemos o sonho do “Brasil que nós queremos”, para saber por onde começar sua implementação. Depois, conversaremos de novo.
por Dom Demétrio Valentini, bispo de Jales (SP) e ex-presidente da Cáritas Brasileira

5ª Semana Social Brasileira e a Utopia Brasil

Por Pe. Nelito Dornelas*
A 5ª Semana Social Brasileira quer trazer para a pauta de debate das Pastorais Sociais, das Comunidades Eclesiais de Base, dos Movimentos Sociais e Sindicais, para o Movimento Ecumênico e do Dialogo Interreligioso, uma reflexão crítica sobre o Estado brasileiro, na comemoração dos 190 anos de independência do Brasil, nesta Semana da Pátria.
Escrevia, há 32 anos, o intelectual brasileiro Darcy Ribeiro, que nós, brasileiros, surgimos de um empreendimento colonial que não tinha nenhum propósito de fundar um povo. Queria tão somente gerar lucros empresariais exportáveis, com pródigo desgaste de gentes.
Não se pode dizer, talvez, de povo algum que, como nós, tenha sido feito – ainda que tão mal feito – à luz da inspiração de refazer o humano, como utopia. Nascemos desta aspiração suspirada. Nela vivemos e morremos todo dia, os mais de nós, sem jamais sermos o que quiséssemos.
A unidade nacional e cultural, admiráveis, se contrapõe aqui uma dilaceração classista tão funda como a das castas que separa e opõe os pobres aos ricos, como nem o racismo, nem a intolerância dividiram jamais a povo algum. Existindo juntos a elite e os párias, vivem apartados por um modus vivendi que mal deixa se verem uns aos outros. É como se vivessem em universos distintos .
O Estado brasileiro é a materialização desse projeto colonizador. E, diferentemente, das outras nações latino-americanas, nossa independência não se deu como resultado de um processo popular de enfrentamento ao colonizador. Todas as manifestações populares contra a colonização e contra a escravidão foram violentamente reprimidas.
É certo que o Brasil ganhou importância política na região, quando a Família Real veio para cá, expulsa pelas tropas de Napoleão, mas isso não nos trouxe a independência.
Conta-se que Dom João VI teria dito para Dom Pedro I: Pedro, apanha essa coroa e põe-na sobre tua cabeça, antes que algum aventureiro lance mão dela.
Aventureiro aqui são todos os movimentos libertários que lutavam e ainda lutam pela nossa independência.
Para tanto, é oportuno celebrar no dia da Pátria a memória de resistência desses “aventureiros”, que se fazem presentes ao longo de nossa história.
“Aventureiros” são os quilombos de Palmares com Zumbi, em Alagoas, e do Ambrósio, em Minas Gerais; a Cabanagem, no Pará, quando o povo tomou o palácio do governador e implantou um governo popular; o Caldeirão de Zé Lourenço, em Juazeiro, no Ceará; Pau de Colher e Canudos de Antônio Conselheiro na Bahia; a Batalha do Jenipapo, no Piauí; Contestado, em Santa Catarina; a Inconfidência Mineira com Tiradentes e os Conjurados; as Missões dos Sete Povos no Rio Grande do Sul; a Confederação dos Tamoios no Rio de Janeiro; a Confederação do Equador, liderada por Frei Caneca, em Pernambuco; a Coluna Prestes, de Luiz Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança, que percorreu a pé, com seus soldados, 20 mil km no território brasileiro; a resistência do povo Botocudo, no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais; a Revolução Constitucionalista, em São Paulo; as Diretas Já; a luta de resistência à ditadura; os movimentos dos trabalhadores rurais sem terra e todo o movimento camponês e em defesa da Reforma Agrária e das sementes crioulas; o Movimento dos atingidos por barragens; a construção do Sindicalismo classista e combativo; as Associações comunitárias e as Cooperativas de produção e venda; o Fórum da economia popular, solidária e sustentável; a Articulação do Semi Árido e a construção de 500 mil cisternas de captação de água de chuva; os povos das florestas; os pescadores artesanais; os povoas do Xingu e sua luta contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte; os Movimentos Ecológicos e em defesa da vida do planeta e no planeta; o Movimento dos afetados pelas mudanças climáticas; os Movimentos de mulheres; a lideranças que se candidatam a cargos eletivos e repensam os partidos políticos e seus mandatos, colocando-os a serviço dos pobres; O movimento dos sem teto; a luta pela Ética na política e no Movimento de combate à corrupção e a defesa da Ficha limpa; a Comissão da Verdade; o Tribunal do Judiciário; o Movimento Fé e Política; a Assembleia Popular; as Pastorais Sociais; os Movimentos Sociais; os 600 mil indígenas que ainda preservam suas culturas, suas 170 línguas diferentes e lutam pela demarcação de seus territórios; a realização dos Intereclesiais de CEBs; o Congresso Camponês que reuniu mais de sete mil trabalhadores e trabalhadoras rurais em Brasília, em agosto de 2012; a realização da 5ª Semana Social Brasileira.
“Aventureiros” somos todos nós que carregamos a Utopia Brasil e ousamos gritar: queremos um Estado a serviço da Nação, que garanta direitos a toda população!
*Articulador da 5ª Semana Social Brasileira
Assessor das Pastorais Sociais-CNBB
[1] De Darcy Ribeiro, julho de 1980, por ocasião da visita do Papa ao Brasil, in: O caminhar da Igreja com os oprimidos, de Leonardo Boff, Ed.Vozes, Petrópolis RJ

Grito dos Excluídos/as


Nesta sexta-feira (7), acontece a 18ª edição do Grito dos Excluídos e das Exluídas, sob o lema “Queremos um Estado a serviço da nação, que garanta direitos a toda população”. 
Organizações e movimentos sociais realizarão uma série de atividades em todo o país. “O Estado tem o dever de dar à população brasileira o acesso ao sistema de saúde, à educação, terra, trabalho, transporte, moradia e lazer. No entanto, isso acontece de forma precária e, em alguns casos, não ocorre”, denunciam o movimentos sociais.
Grito dos Excluídos e das Excluídas é uma manifestação popular dos trabalhadores e das trabalhadoras do campo e da cidade que acontece tradicionalmente na semana da Pátria. A concentração principal ocorrerá em Aparecida, interior de São Paulo, às 9h20, em frente à Basílica. No entanto, em todo o país devem ser realizadas mobilizações.